No último artigo descobrimos o que é um software CAD e como ele é usado pela indústria auxiliando no desenvolvimento e sendo responsável pelo desenho dos produtos que utilizamos no nosso dia a dia. Se o CAD desenha, quem fabrica? A resposta é bem simples, os softwares CAM.

Softwares CAM são softwares usados para a fabricação, o termo CAM, em inglês Computer Aided Manufacturing, quer dizer manufatura assistida por computador e refere-se comumente aos programas utilizados para controlar equipamentos responsáveis pelo processo de fabricação através da programação NC, porém diz respeito à todas as tecnologias envolvidas no chão de fábrica, como o CLP, Controle Lógico Programável, e os chamados DNC, que são softwares coletores de dados. Aqui trataremos dos softwares CAM enquanto responsáveis pela programação NC em uma empresa. Enquanto o CAD é responsável pelo desenho de um produto, o CAM é responsável por fabricá-lo, seguindo todas as especificações já previamente determinadas na etapa de design e planejamento. Partindo de um projeto CAD, o software CAM gera os percursos que a ferramenta de corte deve seguir, fabricando a peça da melhor maneira e fornecendo instruções para que a peça seja fabricada, sempre com foco em redução de custos e melhora da produtividade.

A utilização de um CAM em uma empresa além de melhorar a produção de uma peça, devido a minimização de erros e retrabalhos que o software propõe, pode também aumentar a produção, pois com a ajuda do sistema as programações manuais podem ser eliminadas e o programador responsável não precisará gastar tempo no pé da máquina calculando os caminhos da ferramenta, otimizando o tempo de programação.

Tá, mas e antes do software CAM?

Os softwares CAM surgiram a partir da década de 50, quando as máquinas de controle numérico, NC, foram desenvolvidas. No início, para a programação dessas máquinas utilizavam-se as instruções codificadas em um papel perfurado, as chamadas Punched Tape ou Paper Tape. Nessas fitas estavam os caminhos que cada ferramenta precisaria percorrer para que cada peça fosse usinada.

No fim da década de 50 foi desenvolvido um sistema utilizado para gerar coordenadas automaticamente, através do controle da velocidade e dos caminhos que a ferramenta deveria percorrer, a esses sistema deu-se o nome de código G.

O código G é até hoje utilizado para gerar coordenadas automáticas para fabricação das peças, permitindo um maior controle dos movimentos das máquinas (velocidade e caminho que devem seguir, por exemplo).

Com a evolução das tecnologias, surgiram as máquinas CNC (Controle Numérico Computadorizado), que utilizam um programa de computador já embutido na máquina, uma espécie de sistema operacional que controla todos as ações que o equipamento precisa fazer, podendo estas ser programadas de forma manual, escrevendo o código diretamente no painel ou de maneira automatizada, a partir de um programa CAM.

A utilização dos programas CAM para a programação das máquinas CNC facilita o processo de programação, pois ele já detecta erros que podem atrapalhar o processo. Depois de feitos e conferidos, os programas são passados para a máquina CNC através de arquivos chamados Pós Processadores, que nada mais são do que tradutores, ou conversores, do software CAM para a máquina CNC.

Softwares CAM: Simulação CAM e código G

As vantagens em ter um CAD/CAM integrado

O processo produtivo de uma empresa possui basicamente duas etapas: projetar, utilizando o CAD, e fabricar, etapa feita com o auxílio do CAM, na maioria das empresas essas operações, e setores, trabalham de maneira independente, sem comunicar diretamente um setor ao outro. Essa diferença de linguagens pode levar à erros do processo, e claro, ao aumento dos custos.

O fluxo de trabalho dessas empresas onde não ocorre a integração entre os sistemas CAD e CAM acontece de maneira linear, ou seja, primeiro a fase do desenvolvimento, o projeto propriamente dito, e depois a etapa da fabricação.

Se, por ventura, durante a fase da fabricação notam-se problemas no projeto, custos e outros parâmetros relacionados ao desenvolvimento essa etapa é parada e o trabalho retorna ao início, para a revisão e correção. Problemas com a incompatibilidade das extensões e arquivos também costumam ocorrer, fazendo com que as empresas percam tempo com as conversões dos formatos, ação que nem sempre pode dar certo pois essas conversões tendem a fazer mudanças no projeto, além de gerar um alto índice de retrabalhos.

Softwares CAM: Fluxograma de processo CAD/CAM

Em empresas que trabalham com sistemas CAD/CAM integrados, as etapas do desenvolvimento ou projeto e fabricação andam juntas e falam a mesma língua, pois, ambos trabalham de maneira colaborativa. Uma das maiores diferenças é o formatos dos arquivos, pois aqui não existe a necessidade de conversões, o formato do CAD é o que manda, isso já elimina grande parte dos retrabalhos gerados por problemas nas conversões de arquivos.

É necessário ressaltar também que em sistemas CAD/CAM integrados, projetos e fabricação trabalham a partir do mesmo modelo sólido, então todas as alterações feitas em um arquivo automaticamente serão atualizadas no outro. Essa colaboração une conhecimento e experiência de todos os profissionais do time, tornando sua comunicação mais significativa e ajudando a identificar problemas relacionados ao custo e fabricação precocemente.

Em suma, a utilização de um sistema CAD/CAM integrado pode elevar a qualidade da produção eliminando esforços desnecessários, e tornando os processos mais eficientes.

Softwares CAM: A integração entre CAD/CAM

E quais as vantagens que um software CAM pode trazer à minha empresa?

Um software CAM pode trazer muitas vantagens para uma empresa.

As máquinas CNC programadas com softwares CAM são muito mais precisas que as programadas “à mão” pelo operador, além de serem mais rápidas e produtivas, pois o próprio software faz os cálculos dos caminhos que a ferramenta q percorrer para fazer a remoção do material daquela peça e já os revisa, evitando erros do programador, que podem levar a peças perdidas por medidas erradas e refugos, além disso, o CAM diminui o tempo de programação, melhorando a produtividade.

Enquanto se programa uma máquina manualmente, esta permanece parada, deixando de produzir peças, com o auxílio de um CAM, enquanto um lote é produzido, já se pode programar as próximas, otimizando o tempo do programador.

Além disso, com o CAM é possível ter controle dos movimentos da ferramenta e fazer a verificação desses caminhos por meio das simulações de usinagem. Essas simulações ajudam a evitar colisões e danos nas ferramentas e máquinas devido a erros de programação, melhorando a vida útil dos equipamentos.

Como escolher um sistema CAM?

E como podemos escolher um bom sistema CAM? É necessário verificar qual o mais adequado ao seu tipo de produto e principalmente se ele vai conseguir atender a todas as suas máquinas CNC, pois alguns softwares disponíveis no mercado não são capazes de atender máquinas mais complexas, como por exemplo um torno multitarefas ou uma máquina 5X. Esse problema acaba gerando altos custos com contratações de softwares adicionais.

Caso o seu produto não seja muito complexo tem-se a opção de optar por módulos mais simples no pacote CAM, evitando gastos comprando uma solução para máquinas mais avançadas ou que não fazem parte dos seus equipamentos, nesse caso, é importante verificar quais softwares oferecem o atendimento que sua empresa necessita. Os softwares CAM que trabalham em módulos, os modulares, oferecem esse tipo de escolha, além de serem melhores para empresas que pretendem aumentar o seu parque de máquinas.

Programas que oferecem uma programação rápida e intuitiva, a fácil modificação de programas já feitos e a criação de folhas de processo e ferramental com tempo de usinagem são também as melhores escolhas, além da possibilidade de suporte para vários formatos CAD.

Um fator importante que os bons softwares CAM oferecem são a criação de processos padronizados, dessa maneira, pode-se economizar tempo na programação de peças semelhantes, além da possibilidade de backup dos programas. Essa função é indispensável para que todos os funcionários responsáveis pela programação tenham a capacidade de programar as peças futuramente. Além disso, uma simulação precisa e pós processadores eficientes podem aumentar, e muito, a vida útil da ferramenta, evitando avarias nas máquinas.

E por último, e não menos importante, o atendimento do suporte técnico, treinamentos completos, e um pós venda dedicado devem ser fatores decisivos na escolha de software CAM.

Quais critérios sua empresa utilizou para a escolha do software CAM? Conta pra gente!

A importância do ROI

Os custos, investimentos e retornos financeiros estão, sem dúvidas, entre as principais preocupações das empresas de diferentes segmentos, ter o controle o financeiro da empresa é garantir um posicionamento estratégico em termos de competitividade, logo é uma atividade essencial.

Quando se investe em projetos, treinamentos, marketing, tecnologias e novas máquinas e ferramentas por exemplo, algumas perguntas podem surgir: Como mensurar o retorno dos investimentos? Quanto minha empresa lucrou através deles? Como calcular este retorno? Quais são os melhores canais para investir? Quais projetos priorizar?

Para responder essas perguntas, contamos com uma base de cálculo que chamamos de ROI (Return on Investment). Através deste cálculo é possível planejar os objetivos e metas com base em resultados e, consequentemente, analisar os melhores canais de investimento para sua empresa.

O que é ROI?

O cálculo de Retorno sobre o Investimento permite mensurar quanto dinheiro sua empresa ganha ou perde com os investimentos realizados. É uma relação entre o capital investido e o retorno financeiro obtido pelo mesmo. Desta forma, é possível estimar os resultados, priorizar projetos e saber exatamente onde investir da maneira mais sensata, evitando depositar dinheiro e energia em projetos menos lucrativos.

O ROI pode ser aplicado para diferentes fins, alguns deles são:

  • Aquisição de novas máquinas e ferramentas;
  • Treinamentos;
  • Marketing;
  • Gestão de Projetos;
  • Consultorias;
  • Projetos de CAD / CAM;

Como calcular o ROI?

O cálculo do ROI é mais simples do que se espera. Basta levantar a receita total, subtrair os custos e dividir esse resultado também pelos custos. A equação para cálculo é a seguinte:

Você pode utilizar esta equação para avaliar um projeto ou área como um todo ou individualmente. Para fins comparativos, basta multiplicar o resultado por 100 para obter um resultado em porcentagem.

O que é “Receita”?

Receita é todo valor recebido ou arrecadado pela empresa através das vendas ou serviços prestados. Para o cálculo do ROI, é importante ressaltar que se a análise for individual, ou seja, para projetos específicos, você deve utilizar somente o valor recebido naquele segmento. Por exemplo: Se você está analisando o ROI para a aquisição de uma máquina CNC, deve utilizar a receita apenas das vendas obtidas pelo produto e quantidade de peças produzido por ela e não sobre a produção de todos os equipamentos da fábrica.

O que é “Custo”?

Os custos são todas as despesas necessárias para fornecer o produto ou serviço. Por exemplo: Para a aquisição de uma máquina CNC, são considerados custos: Valor da aquisição do equipamento, taxa de depreciação, custo da área ocupada, energia elétrica, consumíveis, manutenção, entre outros.

Exemplo de Cálculo

Em um determinado projeto, a empresa investiu R$140.000 em uma nova máquina de Comando Numérico Computadorizado. Após a implementação de todo o projeto, o valor arrecadado pela venda do produto foi de R$700.000. Inserindo os valores na equação, temos:

Isso significa que a empresa obteve um retorno de 4 vezes o investimento inicial, ou se multiplicarmos por 100, temos o resultado em porcentagem, obtendo um retorno de 400% sobre o investimento.

Tomada de decisão a partir do ROI

Realizar o cálculo do ROI antes da implementação de um projeto é importante para saber exatamente onde e como investir. Serve como base de estudo para investidores potenciais interessados na previsão de lucros, contribui para o planejamento de metas considerando indicadores reais em tempo hábil e monitoramento dos resultados.

Entretanto, antes de tomar as decisões, é importante levar em consideração que o ROI tem suas vantagens e também limitações, sendo assim o responsável pelos cálculos deve atentar-se na correta utilização desta ferramenta.

Limitações do ROI

Mesmo que o cálculo seja muito atrativo por ser uma solução fácil, alguns deslizes durante o processo de cálculo podem contribuir para resultados indesejados. São eles:

  • A duração do investimento não é considerada: Quando analisamos o resultado do ROI, podemos ter um valor por dia, mês ou ano. Um valor de 400% é bom? Estamos analisando no ano, no período de 5 anos ou 10? É necessário ter atenção para não interpretar errado este resultado.
  • O ROI não considera inflação: Estes dados não são considerados no cálculo então este resultado seria dissolvido ao ano pelo aumento de inflação, tarifas e impostos por exemplo.
  • Não considera sazonalidade: Sazonalidade são as “épocas” de maior ou menor procura por algum produto ou serviço e o ROI não considera isso. Se o investimento for de médio ou longo prazo, é preciso ter em mente que o resultado pode sofrer algumas alterações no período.

Então como avaliar os resultados na ferramentaria?

Para interpretar os resultados corretamente, você precisa levar em consideração alguns aspectos, porque o resultado final pode variar dependendo da qualidade do planejamento, execução e outros itens influenciadores. Considere:

  • A periodicidade de investimento e receitas;
  • A inflação;
  • Os dados e informações do cotidiano da empresa ou projeto;
  • O que foi feito ou não que pode ter influenciado este resultado?
  • Quais ações estabelecidas para o alto ROI podem ser aplicadas em outros projetos?
  • Quais os resultados mais significativos que sua empresa tem em vantagem às outras de mesmo setor?
  • Considere as variáveis e se necessário utilize softwares de gestão para discriminar as informações

 

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Importancia da ISO na ferramentaria

 

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